Eles podem ser lidos como obras culturais e, quando bem aproveitados pelos professores, são capazes de potencializar a aprendizagem dos estudantes, ajudando na formação de memórias duradouras.
Materiais didáticos são, antes de tudo, resultado de produções criativas e multidisciplinares. Eles pode ter vários formatos, sendo os principais o impresso, o audiovisual e o tecnológico.
Já pensou em atuar nessa área?
Essa é uma alternativa de carreira para pedagogos, professores, designers, redatores, editores e pesquisadores.
A seguir, você vai conhecer alguns aspectos da produção de materiais didáticos e o que fazer para se profissionalizar na área. Confira:
Materiais didáticos são produtos pedagógicos que apresentam conteúdos explicativos sobre determinado conhecimento ou assunto.
Eles são usados principalmente em sala de aula e podem ter diversos formatos, desde livros até jogos de computador.
Um material didático é desenvolvido para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, tornando a informação mais palpável para o aluno e servindo como um guia para o professor.
A forma mais conhecida do material didático é o livro didático, distribuído nas escolas públicas de educação básica brasileiras pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
O material didático não tem uma limitação de nível escolar, eles podem ser utilizados desde o Ensino Fundamental e Médio até a graduação e pós-graduação.
Algo importante de fazermos quando estamos falando sobre este assunto é discutir a diferença entre o material didático e o livro didático.
Como vimos acima, o material didático é um conceito geral, a definição de um material de apoio para sala de aula.
Já o livro didático é uma das formas nas quais o material didático pode ser manifestar. Nele, os conteúdos estão dispostos em formato de textos, imagens e exercícios.
O meio de ensino se refere ao formato utilizado para o conteúdo. Por exemplo, um vídeo é um meio, um suporte no qual o conteúdo será apresentado para o aluno.
Já o material didático em si é o conteúdo pensado para facilitar o processo de ensino e aprendizagem.
No Brasil, as escolas públicas contam com o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), que distribui livros de forma gratuita para todas as escolas da rede.
Criado em 1985, o PNLD trouxe algumas inovações para a produção e distribuição de materiais didáticos. A avaliação pedagógica dos livros e a escolha realizada pelo docente são exemplos de mudanças promovidas pelo programa.
Além disso, a aquisição de livros passou a ser feita integralmente com recursos do governo federal, de forma gratuita para as escolas e para os estudantes. O programa passou a abranger todo o território nacional a partir de 1997.
Graças ao programa, todos os anos cerca de 150 milhões de livros didáticos circulam por mais de 140 mil escolas brasileiras e chegam a 40 milhões de estudantes de forma gratuita. Além disso, o PNLD é considerado o segundo maior programa de distribuição de livros do mundo, ficando atrás apenas da China.
Uma edição de um livro didático demora cerca de três anos para ser lançada. Nesse período, o material passa por várias etapas de produção, até estar pronto para impressão, encadernação, venda e distribuição às escolas.
As etapas de produção se relacionam entre si e muitas vezes ocorrem de forma repetida ou simultânea durante o processo de elaboração do material.
Mas tudo começa com o planejamento e a escrita dos conteúdos, que se inicia do zero a cada edição. Confira um resumo das etapas:
Todo conteúdo abordado nos livros segue a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento do Ministério da Educação (MEC) que estabelece os conteúdos programáticos do ensino fundamental e médio, além de quando eles devem ser estudados.
Além da BNCC, que é atualizado periodicamente por uma equipe técnica, as editoras também observam outras orientações do MEC para compor o material.
No entanto, quem escolhe as abordagens a serem feitas no livro é a equipe de autores, formada por professores especializados.
Dito isso, é importante ressaltar que os autores não podem emitir suas próprias opiniões ou julgamentos de valor sobre os fatos narrados. Ou seja, é praxe neste gênero de escrita tecer abordagens amplas, agregadoras e pacifistas sobre temas de discordância social, como conflitos políticos e civis.
Porém, a narrativa de livros didáticos, em especial no caso de matérias como Sociologia, Geografia e História, é atravessada pela cultura de quem os escreve.
Nesse sentido, os livros didáticos não são isentos de crítica. Por exemplo, estas obras são comumente criticadas no Brasil e em outros países por narrarem a “história do vencedor”, principalmente no que tange à abordagem sobre relações étnico raciais e opressões sociais que originaram e ainda caracterizam estas sociedades.
Contudo, as críticas e os avanços sociais são importantes no processo de atualização destes livros. Exemplo disso foi a inclusão do tema Cultura Afro-Brasileira na BNCC, a partir da Lei nº 10.639, de 2003.
A maior vantagem do material didático é auxiliar o aluno nas atividades em sala de aula. Ele ajuda a trazer melhor entendimento sobre a matéria que está sendo estudada e pode ser utilizado como material de consulta em outros momentos.
Nesse sentido, o material didático assume o papel de complementar a aprendizagem.
Utilizar materiais didáticos em sala de aula também traz a união entre a teoria e prática. Isso porque, dependendo do formato escolhido pelo professor e indicado pelo projeto pedagógico, pode estimular a curiosidade e a relação do assunto com exemplos reais.
Também é uma vantagem possibilitar que o aluno exercite sua autonomia e responsabilidade, já que permite uma maior interação do aluno com o conteúdo que está sendo estudado.
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Dentro das metodologias tradicionais de ensino-aprendizagem, o material didático tem papel consolidado há bastante tempo. Nesse caso, se destaca especialmente o livro didático.
Porém, nos últimos anos, novas metodologias têm aparecido em sala de aula. Elas são técnicas que visam a uma maior autonomia e responsabilidade do estudante pelo seu próprio processo de aprendizagem e que colocam o professor no papel de tutor.
As metodologias ativas, como são chamadas, utilizam estratégias que envolvem os alunos em problemas e projetos, além de incorporar a tecnologia e diferentes formatos de mídia no dia a dia da sala de aula.
Dentro desse ambiente inovador, o material didático não se torna obsoleto. Pelo contrário, ele continua sendo uma base muito forte no processo de ensino e aprendizagem, porém o suporte utilizado e a interação do aluno com ele é que é diferente.
Isso significa que as metodologias ativas utilizam materiais didáticos em outros formatos além dos livros e que os alunos não são mais passivos diante do material.
Em vez de apenas ler o livro didático, copiar matérias e fazer exercícios, os alunos também aprendem o conteúdo através de vídeos, música, desafios e jogos, por exemplo.
Para darmos exemplos de material didático, precisamos falar sobre os formatos que ele pode ter. Os três principais formatos que o material didático pode assumir são:
É a partir desses formatos que podemos definir o que é um material didático.
Por exemplo, um livro didático, como vimos acima, é o formato físico (ou impresso) do material didático.
Já documentários e vídeos educativos poderiam ser definidos como o formato audiovisual, enquanto as novas tecnologias abordariam jogos de computador educativos, por exemplo.
De acordo com o MEC, os três formatos são utilizados na educação brasileiro, sendo que os materiais didáticos mais recorrentes são:
Como vimos acima, o material didático utilizado em sala de aula pode ter formato impresso, audiovisual e tecnológico, e pode ser encontrado pronto ou produzido pelo professor.
Dentro das metodologias ativas, onde diversos formatos de material didático são utilizados, é comum que o próprio professor seja o produtor e curador do conteúdo.
E para isso, é preciso entender tudo o que envolve produzir materiais didáticos.
Para estar adequado à sala de aula, um material precisa estar de acordo com a BNCC e com a proposta pedagógica da escola. A Base traz diretrizes sobre o currículo escolar e os livros didáticos utilizados. Funciona como uma bússola para a produção de material didático.
Já a proposta pedagógica é um documento desenvolvido pela própria escola que institucionaliza a metodologia de ensino que deve ser seguida pelos professores.
Essa metodologia costuma estar alinhada com os interesses e valores da escola. É comum que a proposta pedagógica seja atualizada, e o material didático revisado, anualmente.
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A produção de materiais didáticos é um mercado interessante e de fácil acesso para profissionais de diversas áreas, principalmente professores, editores, designers gráficos, ilustradores, redatores e revisores.
No caso dos professores, eles podem atuar na redação dos livros em si, na elaboração de questões ou na equipe de correção e revisão do material.
Para ser contratado por uma editora como autor de livro didático, é preciso comprovar um alto grau de qualificação na área pretendida. Além disso, é uma atividade que demanda tempo e dedicação do professor.
Para além da redação, a cadeia produtiva dos livros didáticos envolve editores, designers, ilustradores e revisores, que atuam, respectivamente, na produção e organização, composição gráfica e diagramação, elaboração de ilustrações e revisões técnicas.
Para se inserir no mercado editorial dos materiais didáticos, um caminho é fazer uma pós-graduação na área. Além de adquirir conhecimentos específicos, o profissional encontra nesse espaço oportunidades de networking e de trabalho.
Confira uma lista de universidades e centros universitários que oferecem cursos de pós-graduação em material didático:
Todos os cursos são na modalidade EAD e reconhecidos pelo MEC. Eles são voltados para profissionais da área da Educação, como professores do Ensino Fundamental e Ensino Médio, que atuam ou desejam atuar no setor editorial. Também são uma opção para designers, escritores e editores que já atuam no mercado editorial, mas querem se especializar na produção de material didático.
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