Sabe falar o que está sentindo agora? Saiba mais sobre a alfabetização emocional

Postado em 2 de nov de 2020
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Além das capacidades cognitivas e intelectuais, é importante desenvolver desde muito cedo um aprendizado quanto ao saber se relacionar com as próprias emoções.

É nesse sentido que se torna fundamental o processo de alfabetização emocional como parte do processo de aprendizado nas escolas, assim como também é essencial exercitar esse tipo de habilidade durante toda a vida.

Afinal, trabalhar o autoconhecimento é fundamental para quem busca uma evolução constante, tanto na vida quanto na carreira profissional.

Apesar de ser um processo de evolução particular do indivíduo, a prática de habilidades socioemocionais apresenta aspectos ao mundo exterior que podem permear as mais diversas experiências, afetando diretamente a prosperidade emocional, intelectual e até social.

Você vai aprender um pouco mais sobre como desenvolver melhor uma educação emocional neste texto.

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O que é alfabetização emocional?

A alfabetização emocional é um processo de aprendizado que trabalha justamente as emoções do indivíduo, fazendo com que ele consiga lidar melhor com seus medos, angústias e frustrações, para assim se relacionar de maneira mais saudável consigo mesmo e com as outras pessoas. E essa forma de educação se utiliza dos pilares da inteligência emocional.

De acordo com Daniel Goleman, psicólogo e PhD da Universidade de Harvard, é por meio do desenvolvimento da inteligência emocional que o indivíduo pode ter a capacidade de identificar seus próprios sentimentos e os das outras pessoas.

Desse modo, a pessoa passaria a criar ferramentas para gerir suas emoções e melhorar significativamente os relacionamentos.

O controle das emoções é fundamental para o desenvolvimento e a evolução de um indivíduo, contribuindo diretamente para a construção de uma sociedade formada por pessoas mais confiantes, equilibradas, menos ansiosas e com uma autoimagem positiva.

Daniel Goleman, psicólogo e PhD da Universidade de Harvard. Créditos: Wikimedia Commons.Daniel Goleman explica em livros e palestras o conceito de inteligência emocional. Wikimedia Commons.

Confira as principais habilidades que podem ser desenvolvidas por meio da inteligência emocional:

Autoconhecimento

Olhar para si, reconhecer e identificar as próprias emoções é o primeiro passo para viver de acordo com sua própria essência.

Assim, é possível reconhecer suas principais habilidades e talentos, além de explorar melhor e desenvolver os pontos que precisam ser melhorados.

Autocontrole

Quando criamos consciência de como atuam as nossas emoções é possível canalizá-las para ações positivas.

A raiva, por exemplo, é uma emoção expansiva, que pode impulsionar um indivíduo para agir e acabar com alguma situação que está causando algum tipo de incômodo.

Contudo, quando canalizada de maneira equivocada, pode gerar problemas ainda maiores.

Automotivação

A capacidade de automotivação é conquistada quando o indivíduo tem a real dimensão do que ele busca para sua vida, seja no âmbito profissional, familiar ou pessoal.

Saber exatamente o que te impulsiona é fundamental para obter sucesso em qualquer área da vida.

Habilidade em reconhecer as emoções dos outros

A capacidade de empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro e entender seu comportamento diante de determinada situação.

Essa competência permite construir relacionamentos mais saudáveis e duradouros.

Pessoas que conseguem desenvolver a empatia lidam de maneira mais eficaz com suas relações interpessoais.

E o que é inteligência emocional?

A inteligência emocional compreende-se pelo modo como as pessoas lidam com suas próprias emoções e de como estabelecem relações com outros.

É um conceito da psicologia que se refere ao conjunto de competências relacionadas ao ser humano, quando ele precisa lidar com as emoções e, mais especificamente, com relação a como e o quanto ele percebe, processa, compreende e tem habilidade de gerenciá-las.

De acordo com os psicólogos Peter Salovey e John Mayer,

A inteligência emocional é a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros.

A inteligência emocional, segundo os dois especialistas, está relacionada a quatro domínios básicos:

  1. Percepção das emoções: a precisão com que uma pessoa identifica as emoções.
  2. Raciocínio por meio das emoções: empregar as informações emocionais para facilitar o raciocínio.
  3. Entendimento das emoções: captar variações emocionais nem sempre evidentes e compreender a fundo as emoções (mais sofisticado do que o “identificar” do primeiro domínio).
  4. Gerenciamento das emoções: aptidão para lidar com os próprios sentimentos.
 

Por que a alfabetização emocional é tão importante para a vida profissional

Exercer a alfabetização emocional proporciona uma maior regulação de níveis de estresse, segundo um estudo que investigou relação de estresse e burnout com um grupo de enfermeiras da África do Sul.

Os pesquisadores verificaram que podem, sim, existir relações inversas entre a capacidade de controle emocional e estresse no ambiente de trabalho.

Outro benefício é o exercício de uma liderança com mais resiliência e um bom relacionamento com colaboradores. Uma pesquisa, de uma universidade no Tennessee, revelou que é evidente a relação positiva entre a inteligência emocional e a eficácia da liderança nas empresas.

A psicóloga e coach de carreira Katherine Sorroche também explica, em um artigo escrito para o LinkedIn, por que desenvolver a inteligência emocional é uma competência cada vez mais importante para ser desenvolvida na carreira profissional:

A inteligência emocional é apenas uma das competências do futuro que já começam a ser requisitadas por empresas que investem e incentivam a inovação, promovem ambientes saudáveis de trabalho, prezando também pelo bem-estar dos colaboradores. Ao falarmos de alfabetização emocional, estamos falando não somente do desenvolvimento da inteligência emocional, como também em apoiá-los na capacidade de entender e reconhecer suas emoções e saber administrá-las, ou seja, reconhecer como elas podem ser expressas.

Emoções fazem parte do ser humano, e desenvolvê-los nesse sentido os tornará adultos mais empáticos, resilientes, capazes de construir relações sociais saudáveis, o que é um dos pilares que contribuirá para que se tornem adultos felizes.

🔵Leia também: O que é resiliência emocional, uma das soft skills mais importantes para sua carreira

Como trabalhar sua alfabetização emocional no dia a dia

O principal objetivo da educabilidade emocional é possibilitar o desenvolvimento da capacidade de reconhecer, verbalizar e gerenciar as emoções e os sentimentos.

Dessa forma, esse processo faz parte de uma perspectiva integral de educação, ou seja, busca trabalhar todos os aspectos humanos (físicos, psicológicos, cognitivos, sociais e emocionais) de uma maneira integrada.

Para desenvolver a inteligência emocional, é preciso analisar as habilidades e competências de cada pessoa, percebendo em que pontos há falhas para então trabalhá-las.

É necessário usar a favor de si as próprias emoções, refletindo sobre seu próprio comportamento. Também é essencial saber lidar com sentimentos negativos, praticar resiliência e desenvolver uma maior autoestima.

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Buscar ter um bom nível de autoconhecimento ajuda a interpretar as próprias emoções e entender o que elas, de fato, querem dizer, além de fazer conexões com outros traços da sua personalidade, e então lidar da melhor forma com elas.

Para começar a se conhecer melhor e desenvolver a inteligência emocional, é importante praticar uma auto-observação frequente em relação às suas emoções. Aprenda a identificar em você as emoções básicas e como elas se manifestam no dia a dia.

O professor de psicologia empresarial na University College London e na Columbia University, também associado do Laboratório de Finanças Empresariais de Harvard, Tomas Chamorro-Premuzic, publicou um artigo para o Harvard Business Review em que falava sobre 5 passos fundamentais para elevar o nível da inteligência emocional:

  1. Transformar autoengano em autoconsciência;
  2. Transformar o foco em si mesmo em foco nos outros;
  3. Tornar a convivência gratificante por meio de suas ações;
  4. Ter controle em momentos “explosivos”;
  5. Ser e demonstrar humildade.

Um recente estudo do McKinsey Global Institute investigou sobre quais habilidades vão ser exigidas dos profissionais do futuro, constatando o que já se configura como realidade em diversos ambientes profissionais: o aumento da procura por profissionais que apresentem habilidades socioemocionais, em um mercado cada vez mais competitivo.

A pesquisa verificou que haverá cada vez mais uma demanda por profissionais que apresentem capacidades emocionais bem desenvolvidas, como confiança, integridade, ética, colaboratividade, criatividade, entre muitas outras.

Conclusão

Neste texto, você descobriu mais sobre a importância de desenvolver habilidades emocionais para construir melhores relações, na sua vida e na carreira profissional.

Também aprendeu que a alfabetização emocional pode auxiliar muito a desenvolver esse processo e é ideal que seja praticada nas escolas, desde a infância.

No entanto, é um processo em constante evolução, no qual adultos também podem (e devem) buscar esse autoconhecimento.

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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